LABORATÓRIO CORPO CIDADE

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

cronograma final

14/11 - Agenciamento 4
Projeto, processo, criação
Profa. Helena Katz (PUC-SP)

21/11- Laboratório 4

28/11- Seminário 4
debatedor: Prof. João Queiroz (UFBA)

05/12- Debate final do curso

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

patinando.... procedimento xpto

Grupo 2- AGENCIAMENTO ESPETÁCULO/ DESVIO/ EXPERIÊNCIA

1. antítese: sabatina
2. tese: aproximação e reconhecimento de outras corpografias. tínhamos duas hipóteses inicias: os vendedores que empurram os carrinho de café em Salvador e o morados da rua da mabilete
3. dilema: deriva
4. emergências: corpos das ruas das flores, sete maravilhas do mundo, narradores de javé, Lina Bo Bardi, Hélio Oiticica, Sebastião Salgado, Feira de São Joaquim....

O grupo decidiu assumir a dúvida acerca do desvio e elaborou algumas questões que percorreram toda a discussão do agenciamento como resultado:


Reconhecer corpografias “outras”, como os vendedores de café de Salvador, compreende uma possibilidade de desvio, de experiência, ou significa atribuir à este corpo e suas relações com o espaço, a dimensão do próprio espetáculo? O olhar não espetaculariza? A apropriação de uma experiência não coagula seus fluxos?


A utilização de instrumentos tecnológicos mediadores da nossa percepção [fotografia – vídeo – outros] podem contaminar os processos cotidianos? Os mecanismos de aproximação destes processos pressupõem uma agudeza estética, elaboração formal e referências conectadas ao espetáculo?


A concepção projectual de Lina, o olhar poético/ fotográfico do Sebastião Salgado, a caixa d’água do Garcia, as sete maravilhas da Bahia, os corpos na rua das flores, a descida da ladeira da fonte e a vivência da deriva, o bólide cara de cavalo, os narradores de Javé : quais as tensões e os sombreamentos do espetáculo sobre a experiência e da experiência sobre o espetáculo?

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Grupo 3 - Seminário #1

Agenciamento 1: ARTE CIENCIA E FILOSOFIA

1. s/ título

"... virá, impávido que nem mohamed ali / apaixonadamente como peri / tranquilo e infalível como bruce lee..."

2. resultado:

O espaço o qual nos propomos a interferir, não mostrou dilatação ou deformidade como imaginávamos possível alcançar com a experiência da inclusão de um corpo-outro, o nosso amigo índio em busca de uma pena rara.

O exercício de medir o efeito de um estranhamento, através da indução, ou inclusão de objetos, cenas inusitadas não foi satisfatório a princípio, porém nos instigou a olhar quais elementos já presentes da ambiência são capazes de produzir a deformação da superfície da “bolha”.

UM NOVO AMBULANTE APARECE PARA VENDER CARRINHOS DE MADEIRA ENTRE OS VENDEDORES DE DVDS, DROGAS ETC. ESTE SE INSERE SILENCIOSAMENTE NO TERRITÓRIO, PORÉM O RUÍDO DA SUA PRESENÇA FOI NOTADO. OS DEMAIS TENTARAM DE TODO MODO MOSTRAR PODER E PROPRIEDADE DOS CANTOS DA PASSARELA. ONDE ESTÁVAMOS OBSERVANDO HAVIA NOSSO LUGAR, E FOI ALI QUE O VENDEDOR DE CARRINHOS SE INSTALA E A BOLHA RETOMA SUA FORMA.

3. explicação:

O objetivo do Laboratório é testar a consistência do que estamos chamando de “território suspenso”: uma espécie de “bolha” constituída através das interações cotidianas, num determinado espaço urbano, em torno de práticas comuns, no caso, os ambulantes da passarela Iguatemi-Rodoviária.

Um elemento suposto inusitado é introduzido no território dos ambulantes: um dos membros de nosso grupo se caracterizou de índio, como é costumeiro em sua terra natal, no norte do país. Saiu de sua casa e foi ao terminal da Lapa, onde pega um ônibus para o terminal rodoviário. Alguns membros do grupo o acompanham, sem interferir. Ao chegarem à passarela, o grupo se dispersa, em meio aos ambulantes e transeuntes, observando e ouvindo as reações.

Nosso experimento é a medição/medida de uma deformação elástica, uma permeabilidade de sen-s-ações... onde há uma interferência: coloca-se um corpo em meio a tantos outros, e descola-se ao mesmo tempo o corpo orgânico de sua formação... não o desintegramos, mas o provocamos através da inserção, para verificar sua permeabilidade, sua capacidade de dilatar, receber, expelir e voltar ou não a sua formação orgânica. É a medida do instante de equilíbrio, onde os corpos são puros desejos de enfrentamento do novo, do corpo-outro, na tensão de se tornar igual, um só... o território-corpo-flutuante.

4. processo:

A idéia de território suspenso surgiu observando garotos no canteiro central da Av. Paralela. Esta avenida é uma via de trânsito de carros de alta velocidade (80 Km), com quatro pistas de cada lado. Ela dá acesso ao Litoral Norte do estado, bem como é a via de saída para outros estados do nordeste do país.

Seu canteiro central é bastante largo (uns 30 metros), gramado, e em alguns trechos se encontram pequenas lagoas e árvores. No trecho defronte a uma grande favela urbanizada, o Bairro da Paz, alguns moradores fizeram um campo de futebol, colocando duas traves de madeira. Quem passa de carro, dificilmente percebe a vida bucólica que ali no canteiro acontece. Mas prestando atenção é possível perceber crianças tomando banho de lagoa, jogando bola, caçando passarinhos, subindo em árvores... Todo um modo de vida surpreendente para aquele contexto caracterizado pelo fluxo intenso e veloz de automóveis. O canteiro central é vivido como uma ilha margeada de carros pelos dois lados, corredeira asfáltica com peixes metálicos. Movimento veloz e inóspito aos pedestres. E entre essas paralelas ganha relevo em contraponto a “lentidão” de uma temporalidade vivida a contrapelo do ritmo urbano hegemônico. No meio desse rio asfáltico, como uma terceira margem, estão os meninos e os rapazes, de costas para a cidade frenética e agonizada, tendo uma vida de interior (que não é um dentro, nem um campo longe da cidade): um interior que é efeito invaginado de uma experiência de tempo minoritária em relação àquele contexto. Eis um território suspenso.

O argumento é o Tempo: temporalidades, experiências de temporalização do espírito, de estados corpo-afetivos que restauram uma aura, na forma de um território existencial suspenso, isto é, uma zona temporal que se traça na “frouxura” da racionalização do cotidiano.

Tal experiência anárquica [com relação à temporalidade hegemônica do ritmo urbano, especialmente em “espaços velozes” v. dissertação de Eduardo] propicia que os corpos possam compartilhar experiências não-racionais, não instrumentais, pré-lingüísticas, de cunho ontológico... Prenhes de sentido, momentos de uma espécie de encantamento, uma experiência sagrada de fruição da energia vital que põe em suspenso a angústia da finitude através dos afazeres práticos, estados corporais de suspensão das finalidades pelo enleio de se ocupar em realizar uma atividade significativa, valorosa, que enche o espírito.

Sejam os meninos que tomam banho de lagoa no canteiro central da Av. Paralela; sejam as lavadeiras da Praça da Piedade em flagrante exílio musical; sejam os ambulantes bufões do centro da cidade... Quaisquer um dessas figuras que constituem essas “situações de cumplicidade”, essas constelações idiorrítmicas[1], podem transitar por estados corpo-afetivos que diluem o plano instrumental do vínculo social, da inter-pessoalidade.

Ou seja, do ponto de vista de um argumento, estamos querendo mostrar como algumas comunidades constituídas por situações de cumplicidade, engendram para si uma experiência do vivido que os conecta com uma eternidade: distraídos para a morte, envolvidos no jogo da vida [da sobrevivência, da resistência, da criação - “viver-sofrer-revoltar”], praticam uma experiência temporal própria, que ganha sentido em si mesma, “entre eles”, como uma bolha flutuante no meio da cidade. “Movimento sutil” [v. dissertação de Eduardo] na corporeidade do movimento veloz do espaço público urbano.

Tal laboratório é relevante porque tal tipo de fruição do espaço que vamos buscar compreender é a trágica resistência ontológica da vida - teimosia que a torna irredutível aos estados de coisa, sejam eles a miséria humana, as mais capiciosas formas de dominação...

Situação, por quê partir de uma situação?[p. 353]. Caráter “ativo”.
Ambiência: a qualidade da situação
Situação, na perspectiva situacionista, implica um caráter ativo em jogo.
O situacionista se expressa como um valor político, enquanto que a fenomenologia tem um caráter ontológico.

5. relatos:

A travessia e o incômodo de pouco espaço
O corpo como “arara” dos produtos
O cansaço
O índio fuma maconha?
Poderes

Referências Bibliográficas:

Como criar para si um corpo sem órgãos? Pág. 49 a 75.
LINS, Daniel. Antonin Artaud: o artesão do corpo sem órgãos. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1999.

THIBAUD, Jean-Paul. O Ambiente Sensorial das Cidades: para uma abordagem de ambiências urbanas. Pág. 347 a 361. In: Psicologia Ambiental. São Paulo: EDUC, 2004. Yvonne Bernard (org.)

Teoria dos Momentos e Construção de Situações. Pág. 121 e 122.
JACQUES, Paola B. Apologia da Deriva. Escritos Situacionistas sobre a cidade. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003.


[1] Quanto à idiorritmia desses atores, é uma hipótese a ser verificada.

G r u p o 3 + c o n t a t o s

Aline Porto Lira
alineportolira@gmail.com

Eduardo
dudarl@hotmail.com

Fabio Giorgio Azevedo
fabiogiorgio@uol.com.br

Juliana Lião
anemonar@yahoo.com.br

Marcelo Brito
marcelo.sousabrito@gmail.com

Mario
Marioartes_ba@hotmail.com

Tiago
respiresuave@yahoo.com.br

Essa é a formação inicial, todos os participantes do seminário #1.
A partir do agenciamento 2, o grupo está formado por: Aline, Eduardo, Fabio, Juliana e Marcelo.

domingo, 4 de novembro de 2007

quando o passo vira dança